Uma semana antes de falecer, o jornalista Célio Nunes entregou ao diretor-presidente da Segrase, Luiz Eduardo Oliva, os originais do seu livro Microcontos, que reúne pequenos contos que ele vinha publicando na internet e em uma revista literária de São Paulo ao longo dos últimos quatro anos. O autor pretendia ver essa obra publicada pela Editora do Diário Oficial.
Na ocasião, o jornalista demonstrou-se satisfeito por saber que o Governo de Sergipe, através da Segrase, estava criando a editora Diário Oficial, para ele um marco na vida cultural do Estado preenchendo uma lacuna que há muito tempo já deveria ter sido suprida.
Os originais do livro do jornalista e escritor foram recebidos com entusiasmo por Luiz Eduardo Oliva, juntamente com o gerente editorial do órgão, Ribeiro Filho, e o Consultor Editorial Gilfrancisco, que destacaram as qualidades do contista e sua marcante atuação na vida cultural e jornalística de Sergipe.
A perda de Célio Nunes, lamentada por intelectuais, jornalistas, agentes culturais e políticos, não significará o esquecimento à publicação do livro, que se transformará em homenagem ao jornalista morto. Na ocasião do encontro, o próprio Célio Nunes incumbiu o pesquisador Gilfrancisco, consultor para assuntos editoriais da Segrase, da tarefa de coordenar a inserção de textos introdutórios, prefácio e orelha na publicação.
A súbita morte do escritor apressou a decisão pela publicação da obra com a sugestão do próprio Gilfrancisco da inserção de uma Fortuna Crítica, que será constituída de comentários sobre o livro e o autor feito pelos amigos e admiradores Ivan Valença, Plínio Aguiar, Paulo Afonso Cardoso, Paulo Fernandes, Ronaldson, Wagner Ribeiro e Maruze Reis organizada pelo próprio Gilfrancisco, para quem Célio é merecedor da homenagem já que, em Microcontos, demonstra mais uma vez o seu talento numa técnica narrativa moderna e de estilo preciso e desenvolto.
Lamentamos profundamente a morte de Célio, que surpreendeu a todos pela forma abrupta que aconteceu, já que uma semana antes ele demonstrava muita felicidade e disposição, dizia não ver a hora de lançar mais este livro. Trata-se de um dos nossos melhores contistas, homem honrado, inserido nas lutas sociais, sério e sempre entusiasta. A editora Diário Oficial que estamos implantando sente-se honrada em publicar a última obra dele, embora o pedido já tenha sido atendido em vida, disse Luiz Eduardo Oliva.
Histórico
Célio Nunes trabalhou no Jornal da Manhã, Gazeta de Sergipe, Jornal da Cidade e foi também colunista do portal Infonet. Fundou o Sindicato dos Jornalistas de Sergipe, foi dirigente da Federação Nacional dos Jornalistas, presidente da Associação Sergipana de Imprensa, chefe da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Sergipe, membro do Conselho Estadual de Cultura e também diretor administrativo e financeiro da Segrase, de onde foi presidente na década de 1990.