A obra organizada por, Rosa Fátima de Souza, Antônio de Pádua Carvalho Lopes e Antonio Carlos Ferreira Pinheiro e publicada pela Editora Diário Oficial do Estado de Sergipe - Edise, busca analisar e interpretar a história da educação pública primária no Brasil, por meio de comparações de diferentes escolas em várias regiões do país. Com a intenção de apresentar à comunidade de historiadores da educação, bem como para outros estudiosos interessados nas questões educacionais brasileiras.
Segundo o presidente da Empresa de Serviços Gráficos de Sergipe - Segrase, Márcio Farias Barreto, o desenvolvimento e a construção da obra possibilitaram uma análise mais aprofundada sobre a educação no país, se tornando uma importante contribuição para a história sobre a educação brasileira. De acordo com um dos organizadores do livro, Antonio Carlos Ferreira Pinheiro, foram identificados dois modelos dominantes de escolas: a unitária e a escola graduada.
A primeira trata-se de escolas que funcionavam em um único espaço físico, onde os professores desenvolviam as suas práticas pedagógicas direcionadas a grupos de alunos, normalmente, com características muito heterogêneas, ou seja, com diversidade de idade e de diferentes níveis de conhecimentos. O segundo modelo de organização escolar surgiu, no final do século XIX, no Estado de São Paulo. Atrelado a ele foi pensado um tipo de prédio, pensado ou projetado, para o funcionamento exclusivo de atividades escolares e educacionais que ficou conhecido como grupo escolar.
O livro "História da Escola Primária no Brasil" ressalta as singularidades e peculiaridades escolares e educacionais concernentes de cada um dos estados pesquisados, e as mudanças que ocorreram com o tempo desde a educação primária antiga à educação primária atual. Para Antonio Carlos Ferreira Pinheiro, as diferenças são inúmeras. "A partir de normas e regulamentações exercidas na organização escolar brasileira, destacamos a mudança de perspectiva centrada desta feita nos processos democráticos, na garantia de todos terem acesso ao ensino público, gratuito e de qualidade além do respeito ao pluralismo cultural, étnico e religioso que são próprios da sociedade brasileira. Assim, esses princípios mais gerais têm influenciado e dado novos contornos a educação primária brasileira", explicou.
Ainda segundo ele, "outro aspecto que podemos ressaltar é que a atual forma de funcionamento escolar é tributário do modelo organizacional que foi implementado a partir da constituição dos grupos escolares". Assim, podemos afirmar que essas marcas são históricas e compõem a atual tessitura do sistema escolar brasileiro.