Um antigo ditado popular diz “Não devemos julgar o livro pela capa”, mas será que é realmente assim que as coisas funcionam? A criação da capa de um livro é um processo bastante delicado, pois além de exigir muito de seus criadores, precisa seduzir o leitor.
A Editora Diário Oficial de Sergipe - Edise - produz em média de 10 livros ao ano e segundo a gerente da Editora, Carolline Souza, para atender essa demanda há um setor específico, o Designer Gráfico. No local, dois designers e um estudante trabalham com o processo criativo, fazendo capas e ilustrações internas de livros.
O processo de criação das obras depende muito do tema abordado. Na maioria das vezes os designers leem o resumo do livro e a partir disso criam, em outras vezes, os escritores já vem com suas idéias e os designers tentam interpretá-las. “O ideal é que os dois lados dialoguem embasados em reflexão constante”, explica Carolline Souza.
O coordenador dos Designers Gráficos, José Clécio, compartilha da mesma opinião da gerente. “Ao fazer uma capa de livro, o profissional não pode prender-se ao seu repertório cultural, pois as suas capas podem ficar parecidas. Para ir em busca do novo o design tem que estudar e pesquisar para conseguir algo original e criativo”.
Usando as informações coletadas, o designer deixa as ideias correrem soltas em um pedaço de papel. “Livrar-se de preconceitos e pré-julgamentos. Não importa se a ideia parece tola ou inapropriada, o importante é colocá-la no papel, desenhar, rascunhar para resultar em mais uma obra de arte”.
Pesquisa de imagens – fotos, desenhos, ilustrações – que tenham a ver com o assunto também é importante. “O propósito disso é familiarizar-se com o universo visual do tema da obra”, detalha o Designer Gráfico, Guto Arcieri.
A etapa seguinte é o processo de filtragem, rabiscos, idéias e conceitos que são selecionados. E por fim, a hora de escolher quais caminhos podem evoluir para um bom projeto de acordo com a solicitação da Editora ou do Autor. “Depois é a fase de materializar em forma de layout as ideais selecionadas. Nesta fase são utilizados os softwares específicos. Chega o momento da apresentação de layouts, onde são discutidos mudanças e o caminho a escolher”, indica Guto Arcieri.
Os critérios utilizados para a criação da arte da capa é nunca fugir do tema do livro e usar a criatividade. “O design tem toda liberdade de criação para fugir do óbvio e ser o mais criativo possível, o uso adequado dos recursos dos programas gráficos evitando as soluções prontas é importante, além disso, o processo de criação deve levar em conta a opinião do escritor”, conta o designer, José Clécio.
De acordo com o diretor-presidente em exercício da Empresa Serviços Gráficos de Sergipe - Segrase, Ricardo Roriz, as etapas finais ficam por conta da produção gráfica, a arte final e a impressão. “A primeira são os detalhes de impressão e acabamento. A arte final é a montagem dos arquivos-marcas de corte, marcas de dobra, aplicação de acabamento e outros detalhes. E por último a impressão, onde acontecem os testes de cores e a impressão”.
Portanto, criar capas de livros não é uma tarefa fácil, exige imaginação, paciência, dedicação e muito talento. Atributos estes que caracterizam a equipe de Designers Gráficos da Edise, que buscam sempre encantar os clientes com novidades e criatividade por meio de sua arte.