A Empresa de Serviços Gráficos de Sergipe (Segrase) continua o trabalho de digitalização de todas as edições do Diário Oficial. O processo iniciou em agosto deste ano em parceria com a Universidade Tiradentes (Unit). A previsão é que os sergipanos tenham acesso a todos os anos do Diário Oficial em 2020. Até agora, as edições entre setembro de 2008 e dezembro de 2012 foram digitalizadas.
O Diário Oficial está disponível online desde 2012. No entanto, algumas edições daquele ano não estão disponíveis no site. Para digitalizá-los, o Grupo de Pesquisa Interdisciplinar de Tecnologia da Informação e Comunicação (GPITIC), da Unit, firmou uma parceria com a Segrase. Estudantes de Ciências da Computação dividem as tarefas com os técnicos da Hemeroteca da empresa.
Como a digitalização ocorre de forma decrescente, o primeiro ano foi 2012. Em três anos, a equipe quer liberar online a edição número um do Diário Oficial, que é do dia 1º de setembro de 1895. Segundo o coordenador técnico da Hemeroteca, Wallace Nascimento, há uma alta demanda pelos anos 2000 porque servidores querem ter acesso aos registros de concurso e encaminhar a aposentadoria.
Na Hemeroteca, os técnicos se dividem para tratar e conservar os documentos, o que inclui retirada de grampos e clipes que danificam os papéis. As edições do diário são protegidas com papel vegetal, material que impede a ação de traças. Segundo Wallace Nascimento, edições antigas, como as dos anos de 1919, 1928 e década de 1930, estavam danificadas.
Porém, a Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) fez uma doação de 300 volumes do Diário Oficial para a Segrase em outubro. Segundo o coordenador da Hemeroteca, a doação ajudou de duas formas: substituição de edições danificadas e ampliação do estoque de versões originais do diário.
Hemeroteca digital
Os membros do GPITIC Efraim Santana, Victor Villar e Thiciane Couto são os responsáveis por construir a Hemeroteca Digital. Eles iniciaram a passagem das versões físicas para digitais do Diário Oficial em agosto. Nas primeiras semanas, a equipe preferiu fotografar os documentos, mas a qualidade ainda era baixa. A partir de então, os jornais foram escaneados.
Para construir a Hemeroteca Digital, os estudantes do GPITIC trabalham com programação, inteligência artificial, tratamento de imagens e conservação de documentos. O contato com o trabalho faz com que eles apliquem conhecimentos da área de computação e adquiram novos, como tratamento de imagens. Enquanto Thiciane Couto é responsável por coletar e tratar as imagens do documento, Efraim Santana e Victor Villar fazem os recortes e testes no banco de dados.
Um dos desafios é entender o vocabulário de edições antigas, principalmente as do século XIX. Os estudantes precisam se esforçar um pouco mais para entender o texto. Ainda assim, o trabalho permite que eles saibam mais sobre a história de Sergipe. “Coisas que a gente não sabia”, disse Thiciane.
O grupo pretende disponibilizar as edições digitalizadas dos anos 2000 em breve. Eles só precisam realizar testes no software de busca da Hemeroteca Digital. Para o coordenador da Hemeroteca, Wallace Nascimento, cada servidor do governo do estado vai ter condições de acompanhar os avanços na carreira quando digitalização estiver completa.